MEU NETINHO

Quando nasci

L ogo que cheguei a esse mundo maravilhoso; vi primeiro o médico, as enfermeiras e, depois meu pai com uma máquina de fotografias e, minha mãe assustada, sem contar todo aquele sofrimento que passou;

U sei toda minha habilidade de criança, que só as crianças têm, para safar-se daquelas dificuldades que um parto prematuro pode causar;

I sso tudo que passei foi em minutos e, tenho a certeza que Deus estava ali do meu lado, ou, tenha ele estado comigo o tempo todo ao meu lado dentro do útero da minha mãe. Pois mamãe sempre dizia que ela tinha Jesus no coração, quer dizer dentro dela;

S omente depois de tomar meu primeiro banho e, de ser medicado, examinado detalhadamente é que pude descansar um pouco de todo aquele trabalho de parto em que fui ator principal e, minha mãe coadjuvante, mas que mereceu o Oscar pelo melhor papel, pois foi nela que se concentrou todo o ato;

O uvi ao meu lado a voz do meu pai. Não cheguei a vê-lo, pois estava muito perto e como você sabe, criancinha como eu, ainda não enxerga de perto, somente com o passar dos dias. Mas deu para sentir a emoção em que se encontrava. Falando do meu cabelo, do meu rosto, dizendo que sou a cara da minha mãe. Preocupado se eu futuramente iria ficar claro como ele ou moreno como nasci, parecido com a minha mamãe;

T udo aquilo era já de se esperar pois, todos que chegavam para me conhecer, davam os parabéns para o papai e depois para a mamãe e, em seguida comentavam a respeito do mesmo assunto, com quem eu pareço ou vou parecer. Eu ali deitado no berço do hospital, Maternidade Santa Fé em Belo Horizonte, ou até mesmo, deitado no colo da mamãe, onde gosto de ficar, gostaria de agradar a todos e, me parecer um pouco com todos, ou será que já não me pareço, bastando, olhar com bons olhos, e verão detalhes que trazem lembranças das famílias;

A inda ali na maternidade, mais preocupado com a mamãe do que comigo, pois ela já estava recuperando de uma cirurgia, pois o parto foi através de cesariana, enquanto eu estava mais ou menos tranqüilo, pois, se eu queria nascer, ali estava eu, apesar de poucos quilos ao nascer, dois quilos quatrocentos e cinqüenta gramas e ainda, com quarenta e cinco centímetros bem medidos, não podia reclamar de nada, nasci;

V i os médicos explicando tantas coisas para a mamãe e pro papai, que seriam responsáveis pelo meu crescimento e de toda minha saúde. Meus pais ainda sem experiência no caso, aceitava as opiniões dos parentes, mas eu observava que às vezes divergiam tanto os modos “OPERANDIS”, que confundia qualquer cuca. Então, eu pensava que dali pra frente, o melhor caminho será aquele em que estivermos protegidos por Deus, que nasceu a meu lado e estava dentro da minha mãe;

I rei me lembrar sempre desses fatos, embora pensem que criança não guarda os traumas passados em tempos de bebê. Agradecer a todos que estiveram ali ao meu lado, principalmente, à equipe médica que cuidou de mim e da Minha mãe, e que nos deu a alegria de viver;

O nde quer que eu esteja, quero que seja inesquecível aquele dia 02/06/2004, quarta-feira, a
começar da hora em que minha mãe foi levada à maternidade pela DÉIA, que se pôs pronta a conduzir- nos ao hospital, no gol, deles. Dia aquele em que a seleção brasileira de futebol apresentou-se no Mineirão em Belo Horizonte, com Ronaldinho fenômeno, assim conhecido por todos os amantes do futebol, detonando 3 x 0, sendo três gols de pênalti, contra nossa maior rival a Argentina, fato este que momentos antes de eu vir ao mundo deixava atônito meu médico, meu pai e meu avô Paulo, que ali estavam acompanhando o jogo pela televisão e, ansiosos pelo meu nascimento que não demorou. Então nasci feliz às duas horas da madrugada da quinta-feira, 03 de junho de 2004.


Autor: Paulo Roberto

Fiz esta poesia, usando as letras do nome do meu netinho LUÍS OTÁVIO, para lembrar de tudo que passamos, na emoção do dias em que transcorreram o nascimento e da liberação da maternidade.

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