Um defunto vivo demais
Um Defunto vivo demais Escuta este caso Que agora eu vou contar. É um caso triste Que dá pra rir E, também dá pra chorar. Quando conto Pensam que brinco, Mas esse fato que ocorreu, Não me lembro, Se foi em oitenta e quatro Ou em oitenta e cinco, Ali nas margens do Rio das Velhas na linda Santa Luzia, Onde ficava o Destacamento. Vou contar o que me lembro De tudo que ocorreu Naquele mês de novembro. O moço que ali chegou Procurava por um defunto, Seu irmão, E queria saber Se por ali passou. Em estado deprimente, Disse que seu irmão Se afogara, e foi levado Ao Rio das velhas Pela enchente de um Ribeirão. Disse que tinha Quatro dias que sumiu, Então ficara sabendo Que um menino sabido, o viu. Perguntou o moço, ao guri; Se o defunto era claro ou moreno E este respondeu matreiro; “Seu moço não deu pra vê” “O corpo passou correndo” O homem, experiente, Olhou pra baixo da ponte, Assustou-se com a enchente. Viu o volume do Rio E voltou à realidade, F...